Couro CruLeopoldo RassierCouro cru, carnal a mostra,Não sou feito pra quem gostaDe várzeas sem tacurus.Outro curtido não tiveQue a chuva caindo livreNo canal de couro cru.Batido a sol e sereno,Sou pequeno entre os pequenos,Igual entre os meus iguais.Um lombo-duro entre os fortesE embora vergue ou me entorteNinguém me põe nos varais.Me apontam o dedoMe chamam bagual,Matambre dos duros,Sem cinza e sem sal.Sem furo na guampa,Sem marca ou sinal,O dedo me apontam,Me chamam bagual!Couro cru, carnal a mostra,Não sou feito pra quem gosta,De várzea sem tacurus.Aos que me apontam o dedoFalta cerne ou sobra medoPra sovar um couro cru...Pra sovar...Um couro cru!
sábado, 16 de outubro de 2010
Couro cru
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